MARÉS VIVAS

Entrada
Lá fui eu, de barrigão empinado e bilhetes na mão! Primeira barreira, a polícia a cortar o trânsito: fácil de passar, graças ao barrigão! Segunda barreira, estacionar... mas o barrigão também convenceu o bacano do segurança do parque para credenciados! Terceira barreira, a fila para entrar: nada de mais, foi só meter-me à frente! :)

Lá dentro
Fiquei agradavelmente surpreendida com as instalações! De comida não faltava nada, nem sequer o Psicológico! E as casas de banho sempre com uma equipa de limpeza a trabalhar e com distribuição de papel higiénico! Maravilha! E com bastantes locais onde sentar, rampas e escadas com fartura! No último dia a coisa complicou-se devido à enorme quantidade de público mas ainda assim correu tudo lindamente.

Os concertos
Os que vi, claro.
Second Hand Serenade - uma boa banda para fazer primeiras partes, animados e com boa música.
Scorpions - os velhotes não acusam a idade! Entraram a valer e só no fim acalmaram com o Winds of Change e o Still loving you. Muito bom!
Guano Apes - a mesma força da Natureza de há uns anos! Claro que as músicas mais esperadas eram as antigas, mas eles não deixaram esmorecer a plateia em momento algum!
Colbie Caillat - muito boa onda, calminha, doce, letras e músicas muito bonitas. Muito clean, agradável e relaxante!
Jason Mraz - o meu preferido! Espectacular em tudo! As músicas perfeitas, a atitude divertida, algumas covers a animar ainda mais. Um concerto de deixar um sorriso nos lábios!
Keane - fantásticos! Um monte de canções muito boas que toda a gente cantou, boa disposição, bom ritmo. Grande banda!

Andei uns dias a pensar em escrever ou não este texto. Não queria ser banal. Até que hoje a emoção se apoderou de mim e não quero saber se vou ser banal ou não, quero apenas expressar os meus sentimentos.

Desde cedo que aprendi que há vidas que nos marcam mesmo depois de terem acabado. E podem até ter acabado antes do nosso nascimento ou pouco depois dele, como Bob Marley, Elvis Presley ou John Lennon. A sua música fará sempre parte da nossa vida e possivelmente ainda andará por cá muitos anos.

Depois aprendi que a vida das pessoas famosas que fazem parte do nosso imaginário pode ser interrompida de uma forma abrupta. Foi o caso de River Phoenix, Kurt Cobain, Michael Hutchence e, mais recentemente, Heath Ledger. Todos deixam o seu legado para trás, não desaparecendo por completo.

E agora, perdeu-se um ícone como Michael Jackson. Na fase da vida em que me encontro, não é só uma vida famosa que se perde, é uma parte da infância que morre. Mesmo não sendo uma fã incondicional, o homem marcou toda uma geração e talvez tenha sido preciso morrer para que me apercebesse disso. Só agora descubro o quanto as suas músicas me acompanharam ao longo da vida, como background. E as lágrimas que me escaparam hoje ao ouvir o irmão cantar "Smile" não me permitem deixar passar mais um dia sem escrever este texto. É isto que sinto, que o meu cenário de vida ficou um pouco mais a preto e branco com esta morte. Deixo aqui uma música que conheci muito cedo e que desde sempre adorei.